A economia circular é um conceito estratégico que visa promover a eficiência e a produtividade material da economia, substituindo o conceito de “fim-de-vida” da economia linear por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado, regenerador de recursos e dos serviços ambientais subjacentes. 

Deste modo, é promovida a dissociação entre o desenvolvimento económico e a extração de matérias primas e a produção de resíduos. Pretende-se, com este novo paradigma, reduzir a pressão sobre os recursos naturais que são limitados, reduzir os riscos associados à volatilidade dos preços das matérias primas em situação de escassez, reduzir a produção de resíduos e a necessidade do seu tratamento e destino final. Pretende-se, enfim, reduzir o impacte ambiental da produção, da utilização e do consumo de bens e serviços. 

Para que tal possa concretizar-se os produtos tem que ser concebidos numa nova perspetiva. A sua vida útil e dos seus componentes deve ser maximizada, através da manutenção, da reutilização e da reciclagem. 

O papel dos portos na Economia Circular apresenta-se em três vertentes, como hubs das industrias de reciclagem, como consumidores e como atores na gestão de resíduos e de outros materiais. 

Em Portugal, a transição para um Economia Circular está alicerçada no Plano de Ação para a Economia Circular, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 190-A/2017, a qual foi posteriormente alterada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 108/2019. 

Neste âmbito, a APL desenvolve uma série de atividades quer ao nível da formação dos seus colaboradores, quer ao nível da comunicação com os seus clientes, de que é exemplo a sensibilização dos nautas através da divulgação do Código de conduta ambiental no âmbito da Náutica de Recreio 

Por outro lado, ao nível da regeneração de recursos, em particular no que respeita à promoção da eficiência hídrica, a APL, dando continuidade a uma prática já instituída há vários anos, integrada nos respetivos procedimentos de concurso cláusulas com requisitos que visam a implementação de medidas de boas práticas ambientais por forma a promover a eficiência hídrica e energética nos espaços e atividades a concessionar ou licenciar. 

Ainda no âmbito da regeneração de recursos, a APL tem vindo a participar desde 2007, ao abrigo de sucessivos protocolos estabelecidos com as entidades que gerem a orla costeira, na alimentação artificial das praias da frente atlântica do município de Almada, através da cedência das areias dragadas na zona da entrada do porto de Lisboa, contribuindo assim para a manutenção das profundidades operacionais desse canal e para a melhoria das condições de proteção naquela frente atlântica. O volume de areias colocadas nas praias localizadas entre a Costa da Caparica e São João da Caparica, ascende já a 4 500 000m3.