Porto de Lisboa, Fundação Gulbenkian e Fundação Champalimaud concretizam projeto OCEAN CAMPUS

O porto de Lisboa deu mais um passo na concretização do Ocean Campus, com a assinatura de dois contratos de concessão, entre a APL e a Fundação Calouste Gulbenkian, e entre a APL e a Fundação Champalimaud.

Com o projeto Ocean Campus, nasce um espaço de inovação e empreendedorismo, que junta na área de jurisdição do Porto de Lisboa, um Cluster de atividades ligadas à economia azul e ao mar assente nos pilares do Conhecimento, Economia, Investigação e Vida, um espaço aberto a todos os cidadãos que privilegiará soluções ambientalmente sustentáveis e de mobilidade suave.

Os dois contratos de concessão envolvem um investimento inicial de 70 milhões de euros.

José Castel-Branco, Vogal do Conselho de Administração da APL, recordou a propósito que «o Ocean Campus prevê a requalificação de um total de 64 hectares, em Lisboa e Oeiras, junto ao Tejo, com o investimento de 300 milhões de euros, maioritariamente privado, na criação de espaços multifuncionais e ambientalmente sustentáveis, unidades de ensino, desenvolvimento tecnológico, inovação e investigação qualificada, de que são exemplos, hoje, estas parcerias assinadas com as fundações Champalimaud e Gulbenkian, a que felicitamos pelas respetivas iniciativas e a quem formulamos os maiores sucessos para os seus projetos de investimento!».

A economia de base marítima e o crescimento azul estão inevitavelmente ligados a instalações e infraestruturas localizadas em terra, que deverão estar preferencialmente localizadas em zonas de interface terra-água, como os portos. Os portos são, portanto, atores chave na economia azul, embora muitas vezes de forma impercetível. 

O Plano Estratégico do Ocean Campus, de Pedrouços ao Jamor, pretende posicionar o porto de Lisboa como potenciador do crescimento azul em Portugal, implantando, aqui, um verdadeiro cluster da economia azul através da criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de sinergias e infraestruturas partilhadas. 

Este plano, desenvolvido pelo atelier do Arquiteto Falcão de Campos em estreita ligação com a APL e com os municípios de Lisboa e de Oeiras, e que se encontra em fase de Avaliação Ambiental Estratégica, visa reunir no mesmo espaço de forma inovadora, diferentes stakeholders da economia azul, proporcionando a instalação de uma rede de unidades de investigação, ensino e desenvolvimento tecnológico, e, simultaneamente, proceder à reabilitação e requalificação de uma área de cerca de 64ha, correspondente a toda a zona ribeirinha entre Pedrouços e a Cruz Quebrada. 

A intenção é criar um espaço de referência internacional nos domínios das ciências marítimas e marinhas e na economia azul, recuperando também a ligação da terra com o mar e devolvendo este espaço aos cidadãos.

A proposta de plano, cujo núcleo principal se localiza num extenso aterro portuário parcialmente desocupado, correspondente à Doca de Pedrouços e sua envolvente, pretende consolidar uma área urbana que se encontra expectante desde o encerramento da lota da Docapesca, mas onde se encontram já localizadas algumas instituições e empresas cuja esfera de atividade se centra na temática do mar.

Nesta zona pretende-se implantar a maior parte do cluster dedicado ao mar, gerando uma nova centralidade associada à investigação, ensino e desenvolvimento tecnológico, traduzindo-se em instituições públicas associadas ao mar, laboratórios de investigação, startups, alojamento para investigadores e uma marina, incluindo postos de atracação de navios ou equipamentos associados à investigação. 

A poente, na zona do terrapleno de Algés, onde se concentram os recursos que garantem a segurança portuária no porto de Lisboa – Torre VTS e onde está instalado o Centro Náutico de Algés, pretende construir-se um polo universitário ligados à investigação dos assuntos do mar – a Blue Business School. Na zona atualmente conhecida como Passeio Marítimo de Algés, e que se estende até ao Rio Jamor, pretendem-se criar espaços públicos que complementem e requalifiquem as áreas edificadas do Dafundo e Cruz Quebrada não apenas como consolidação da intervenção na frente marítima desde a zona de Algés, mas principalmente como oportunidade expandir este campus do Mar. Junto ao Jamor, e como remate do espaço verde proposto, destaca-se um edifício notável destinado a uma unidade hoteleira, reforçando o apoio a toda a área desportiva existente no Parque Urbano do Jamor, e também a Marina do Jamor, atualmente em fase de Avaliação de Impacte Ambiental.