Painéis Rocha Poente

04 Outubro, 2022

História e conhecimento

Painéis de Almada Negreiros em destaque na National Geographic Portugal

"Esta é uma das obras maiores (figurativa mas também literalmente) de José de Almada Negreiros, destacado artista plástico e escritor que, a par de Amadeo de Sousa Cardoso e Santa-Rita, alimentou o movimento modernista português. Gozando de menor notoriedade do que o da vizinha Gare Marítima de Alcântara, que exulta valores talvez mais próximos dos do Estado Novo, a época de maior atividade do artista, aquele conjunto de seis murais pintado entre 1946 e 1949 enfrenta agora o desafio do tempo. A degradação natural dos materiais tem vindo a deteriorar significativamente os painéis, que nalguns pontos apresentam já forte destacamento das camadas superiores. Neste trabalho, Almada desafiou o regime do qual dependia, ousando representar a vivência pungente e realista de um Portugal pobre e operário, as ligações sociais e culturais com as (então) colónias - o pulsar de um país real. A bravura artística ia-lhe custando caro: apesar das boas relações com alguns intelectuais e políticos contemporâneos, a obra esteve na iminência de ser destruída, sem pagamento algum, por retratar uma realidade que não agradou às forças vivas da época. Foi a amizade e o apreço profissional que lhe era reconhecido por personagens como João Couto, o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, ou António Ferro, que intercederam diretamente e salvaram esta obra-prima e a reputação do artista plástico"


Fonte: National Geographic

Texto e Fotos: António Luís Campos 

As obras monumentais de Almada Negreiros

In National Geographic Portugal, 01-10-2022

 

 

 

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